Padre Ernesto Camilo Barreto

PADRE ERNESTO CAMILO BARRETO:

Quem foi:


Nasceu na  Cidade de Cachoeira-Ba, Bahia, a 19 de fevereiro de 1826, e que por longo tempo assinou o nome Ernesto de São Joaquim Barreto.

Ingressou na Ordem Franciscana daquela província (29/9/1842) e nela professou até 19 de março de 1844.

Fez o Curso Filosófico eTeológico junto ao Colégio da mesma Ordem, concluindo esses estudosno ano de 1847, ocasião em que foi nomeado, a 4 de dezembro.

Entrou para a Ordem Franciscana e foi sagrado presbítero, em 30 de novembro de 1850, pelo arcebispo Dom Romualdo Antônio de Seixas.

Foi Pregador e Passante no Capítulo Geral.

Sua ida para Cuiabá, capital da então província de Mato Grosso, se deveu à solicitação feita pelo primeiro Bispo de Mato Grosso, nogoverno. José Antônio dos Reis, de um professor de Teologia Dogmática e Moral para atuar junto ao Seminário Episcopal da Conceição, primeiro estabelecimento de ensino secundário da provínciade Mato Grosso, criado no ano de 1853.

Pe. Ernesto aceitou o convite,tendo deixado a Bahia, acompanhado da mãe e de um casal de irmãos, Alonso José Barreto e Umbelina Carolina Barreto. Chegou emCuiabá a 7 de agosto de 1854.

O Padre ERNESTO CAMILO BARRETO teve uma marcante atuação na área educacional do Estado de Mato Grosso. Sua atuação se deu ainda como Jornalista fundando o periódico “Jornal A imprensa de Cuyabá” no ano de 1859.

Exerceu ainda o mandato de deputado Geral em 1872.

O educador Padre Ernesto Camilo Barreto esta presente nas instituições culturais mais antigas de Mato Grosso: O Instituto Histórico e Geográfico e Academia Mato-grossense de Letras daqual é patrono da cadeira nº 14.

No dia 26 de maio de 1861 foi preso enquanto pregava o Evangelho na igreja Matriz, na festa do Espírito Santo, em Cuiabá.
Dali foi conduzido preso para o Rio de Janeiro, mas no Parlamento Nacional, os Deputados Francisco Otaviano de Almeida Rosa e Saldanha Marinho denunciaram o fato contra o Presidente Cel Antônio Pedro de Alencastro, o qual foi demitido.

O reconhecimento pelos trabalhos realizados por Camillo Barreto foi manifestado pela Santa Sé através da outorga, a ele, do título de Protonotário Apostólico, concedido pelo Papa Pio IX e que correspondia ao de oficial da Cúria Romana em terras brasileiras sendo, dos notários, um dos mais importantes.

Cabia a quem o ocupava receber os documentos dos consistórios públicos e os expedir na forma adequada; registrar os atos pontifícios e cuidar de sua expedição. Apenas seis clérigos brasileiros foram, no século passado, nomeados para esse cargo, que os distinguia dos demais pelo uso de vestes roxas.

Tal investidura concedia a quem o recebia uma ampla intimidade com o Vaticano.

A vida do Pe Ernesto Camillo Barreto, baiano de nascimento em Mato Grosso é marcada não somente pelos importantes trabalhos realizados no interior da província, mas, sobretudo, pela dedicação e seriedade com que abraçou a causa educacional.

Faleceu em Cuiabá, a 26 de março de 1896, aos 70 anos.

Seu voto de castidade não pôde ser cumprido, visto que deixou, conforme atitudes de outros clérigos dos oitocentos, filhos, cujos descendentes se faz presente no cenário cuiabano da atualidade. (Peraro,2005).

A Vivenda do Pary :

A Barra do Pary onde o Padre Ernesto Camilo Barreto viveu grande parte de sua vida, fica localizada na zona oeste da cidade de Cuiabá, à margem esquerda do rio Cuiabá, em frente da margem direita da foz do rio Pary, um dos tributários do rio Cuiabá, cuja constituição como Bairro se deu pela Lei 3.723 de 23 de dezembro de 1997.

A Barra do Pary surgiu da “Casa Grande”.

Nessa casa funcionou o Educandário construído pelo Pe. Ernesto Camilo Barreto. Foram das paredes em ruínas que surgiu o bairro. No passado, período do século XIX seus moradores viviam da pesca artesanal, da venda de rapadura, de leite e de tijolos produzidos pela olaria.

Maçonaria :

A exemplo de inúmeros contemporâneos, o Padre Ernesto Camilo Barreto não se recusou a matricular-se na loja “Estrela do Ocidente”, onde alcançou o alto título de “Príncipe Rosa Cruz” .

Naquela época era comum o ingresso dos padres aos mistérios das associações secretas, em cujo desenvolvimento colaboravam, sem impecílio algum.

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